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Guimarães, um só povo e um só concelho

Introdução

mumadonaMumadona Dias fundou na sua quinta de Vimaranes um mosteiro e, mais tarde, entre 950 e 957, por razões de segurança, mandou erguer um castelo. Em torno de um e de outro, entretanto, foram crescendo dois núcleos populacionais que, unidos, viriam a dar origem a Guimarães.
É a origem que procuramos descobrir e dar a conhecer. Onde tudo começou e como tudo começou, os protagonistas principais do princípio da aventura de que somos continuadores, como muitos antes de nós e tantos outros depois de nós. E a partir dela, da origem, adivinhar a têmpera da mulher que a iniciou, a aventura. Para esta, desenhar-lhe o cenário e imaginar-lhe os assombros e os perigos, inventar-lhe os anseios e a admiração, reviver o prazer de planear e de construir, experimentar de novo sensações inauditas de ânimo e determinação, dar rosto e carácter a homens e mulheres, primeiros vimaranenses.
Francisca Abreu


Guimarães, berço da nacionalidade

(...) racionalmente falando, ela não consegue exprimir a complexidade histórica que inevitavelmente rodeia o nascimento de uma Nação. Uma Nação não tem registo de nascimento: vai-se formando de forma tão lenta e progressiva, passa por tantas metamorfoses, que não é possível dizer exactamente quando nasce. Seja como for, as origens de Portugal estão indissoluvelmente unidas à vila, depois cidade, que foi a honor dos condes de Portucale, do conde D. Henrique e dos seus descendentes, os reis de Portugal. Se a Nação pudesse ter algum local de nascimento seria, certamente, em Guimarães.
José Mattoso - Guimarães: A Origem de Portugal


Os primórdios da “Villa Vimaranes”

primordiosOs primeiros passos da urbanização de Guimarães, enquadradas no movimento da Reconquista, articulam-se com a presença na região das famílias condais portucalenses. Será neste quadro que, entre 950 e 959, a Condessa Mumadona Dias, viúva do Conde Hermenegildo Mendes, dará o passo inaugural da futura formação urbana ao mandar edificar, em observância de um voto de seu marido à hora da morte, o mosteiro dúplice “in loco predicto villa vocitata Vimaranes”. O mosteiro dedicado ao Divino Salvador e à Virgem Maria, instalado na Quinta Vimaranes, será, largamente, dotado com a totalidade das suas propriedades, que se estendiam da Galiza a Coimbra, e com as doações de Ramiro II, Rei de Leão, e de Gonçalo Mendes seu filho, entre outros, tendo-se convertido num dos únicos senhorios monásticos portucalenses anteriores ao século XI e, por isso, num importante centro religioso, sócio-político e económico.
Durante o século X, o noroeste portucalense, à semelhança de outros territórios europeus, foi alvo de invasões muçulmanas e normandas. Mumadona Dias, receando estas ameaças, mandou edificar, entre 950 e 957, no Monte Largo, um castelo “roqueiro” para protecção do mosteiro e do burgo nascente que, entretanto, o ia envolvendo. O castelo e o mosteiro, facilmente comunicáveis, agiam como um duplo atractivo para as populações circundantes. Desenhava-se, assim, um quadro característico do urbanismo contemporâneo da cristandade ocidental: na planície, uma igreja; na colina, um recinto protegido.
Todavia, na centúria seguinte, a emergente e prometedora urbanização iniciada na 2ª metade do século X poderá ter tido alguma desaceleração, ao mesmo tempo que se assiste ao declínio do mosteiro vimaranense e da nobreza condal, entretanto substituída pelos infanções. De resto, isso mesmo se constata no foral de 1096, já do Conde D. Henrique, onde é patente, dentre outras preocupações, um esforço para atrair povoadores a Guimarães, sede do recém fundado Condado Portucalense.
Nos inícios do século XII, esta tendência inverteu-se. A presença da corte condal, posteriormente, real, a confirmação e ampliação, em Abril de 1128, por D. Afonso Henriques, do foral concedido por seu pai e o envolvimento de Guimarães na fundação do reino, actuaram como factores políticos de crescimento da vila.



Testamento de Mumadona

Testamento que Mumadona ou "Dona Muma" fez de suas vilas ao Mosteiro duplex que havia fundado em Guimarães em honra do Salvador do mundo e de Santa Maria.

TestamentoTítulo: [Testamento de Mumadona]
Data: 26 de janeiro, 959
Idioma: Latim / Cod. Referência: PT/AMAP/ECL/CSMOGMR/003/L1
© ANTT-Arquivo Nacional Torre do Tombo

Nota: O documento original encontra-se no Arquivo Nacional Torre do Tombo.
Resumo do testamento



Foral de Guimarães

Documento composto por três cartas autónomas, sendo apenas original a terceira, emanada da chancelaria de Afonso II. O foral outorgado a Guimarães pelos condes D. Henrique e D. Teresa, cuja data crítica está contida nos anos de 1095-1096, seguido da carta de confirmação e ampliação do foral henriquino, datada de 27 de Abril de 1128, estão inclusos na confirmação original de Afonso II.

foralTítulo: [Foral de Guimarães]
Datas: Foral dos Condes D. Henrique e D. Teresa: [1095-1096]. Confirmação de D. Afonso Henriques: 27 de abril, 1128. Confirmação de D. Afonso II [Agosto-Outubro, 1217]
Idioma: Latim / Cota: AMAP-8-4-10

Nota: O documento original encontra-se no Arquivo Nacional Torre do Tombo.



Doação de Adozinda ao Mosteiro de Guimarães

Doação feita por Adozinda ao Mosteiro de Guimarães, datada de sexto Idus martii, era de 999, de todas as herdades que possuía em Villa Cova abaixo do monte Carvalho confiantes com o rio Avizella.

8-2-1-23Título: [Doação de Adozinda ao Mosteiro de Guimarães]
Data: 10 de março, 961 / Dimensão e suporte: 1 doc. (39x20 cm). Perg.
Idioma: Latim / Cota: AMAP-8-2-1-23

Notas: Apógrafo escrito por um Gonçalo que no final se declara: Gonsaluus in hanc transmutamt. O documento original encontra-se no Cartulário intitulado Livro de Mumadona.



Bula do Papa Gregório XI dirigida ao arcebispo de Braga

Bulla do Papa Gregório XI dirigida ao arcebispo de Braga, datado de Avinhão a 5 das nonas de Julho (3 de Junho) de 1375, ordenando o sequestro das vendas do chantrado de Santa Maria de Guimarães, a requerimento de D. João Lourenço, em virtude de ter sido interposta a apelação da sentença que julgou válida a sua eleição para chantre.

8-4-6-1Título: [Bula do Papa Gregório XI dirigida ao arcebispo de Braga]
Data: 3 de julho, 1375, Avinhão / Dimensão e suporte: 1 doc. (51x33 cm). Perg.
Âmbito e conteúdo: Tem pendente de cordão branco o sello pontificial de chumbo, tem na face e no campo, entre uma obra de pontos e em três linhas: GREGORUS PP XI – e no verso, no campo, entre uma orla de pontos, os bustos dos apóstolos e por cima d’estes: S PA S PE
Idioma: Português / Cota: AMAP-8-4-6-1