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Mapa da bacia hidrográfica da Serra da Penha

O documento em destaque constituí é a planta da bacia hidrográfica da Serra da Penha que é parte integrante de um estudo solicitado pela Câmara, em 1898, a Paul Choffat (1849-1919), geólogo suíço, mas radicado em Portugal.

A Serra da Penha com uma altitude de 613 metros constitui o principal reservatório de água de Guimarães. A aquisição e exploração de águas de nascentes na serra para o abastecimento de água à cidade remonta ao fim da Idade Média (séc. XVI), de que é exemplo a aquisição de duas nascentes pela Câmara, em 1587, denominadas da Piolhosa e da Presa do Monte, introduzindo-as no encanamento geral, de forma a encaminhá-las até ao centro e abastecer o chafariz do Toural. Em 1898, a cidade era abastecida por águas de poços, águas canalizadas por particulares e águas canalizadas pela Câmara, feito essencialmente através das fontes, bicas e chafurdos dispersos pela cidade que eram alimentados por nascentes privadas e pelas águas provenientes das minas da Penha.

Todavia, desde meados do séc. XIX, era evidente cada vez mais a escassez de água em períodos estivais colocando um problema de abastecimento à cidade, agravado pelo crescente aumento da população urbana e consequente aumento no consumo de água, que para além de sobrecarregar as infraestruturas existentes de abastecimento público também provocava a sua rápida degradação. Foi perante este cenário que a Câmara decidiu encomendar o estudo hidrogeológico sobre a viabilidade da exploração de novas fontes de alimentação a partir das nascentes da Penha para avançar com o projeto de exploração e canalização de águas potáveis e assim reforçar o abastecimento à cidade.

No relatório, desse estudo, são reunidas informações sobre as caraterísticas naturais, as origens das águas, as necessidades da época e futuras do consumo urbano e as potencialidades da exploração da água da serra da Penha. Paul Choffat defendeu a concentração na exploração da água da serra da Penha, tendo em conta: A melhoria das condições das captações subterrâneas já existentes de forma a aumentar o caudal das minas; A abertura de novas minas; O controlo do volume de águas fornecidas durante o ano; O armazenamento de água. Para evitar a inquinação das águas sugere que a Câmara seja proprietária dos terrenos cultivados situados acima das captagens e assim poder arrendá-los com a condição de não empregarem neles senão adubos minerais.

O contributo desse estudo foi determinante no desenvolvimento do projeto de abastecimento de água à cidade de Guimarães e permitiu tomadas de decisões ligadas ao planeamento e à gestão dos recursos hídricos do município.

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1898
Bacia hidrográfica da Serra da Penha Ref: 11-4-8-4-7

CHOFFAT, Paul - Apontamentos para a História de Guimarães. Relatório sobre o abastecimento de água da cidade de Guimarães. Revista de Guimarães, 21 (3-4) Jan.- Mar. 1904, p. 138-167.

Costa, F. – Os primórdios da exploração da água: as Minas da Penha (até 1930). In Ribeiro, Célia e Neves, António Amaro das (Coord.) - “Mãed’água, Centenário do abastecimento público de Guimarães”, Vimagua, Guimarães, 2007, p.94-117.

https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/34133/1/Miscelanea%203%20Da%20Silva.pdf

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