Café Oriental
O “Café Oriental” foi inaugurado a 19 de dezembro de 1925.
A escritura da sua constituição encontra-se lavrada num livro de notas do notário Francisco Moreira Sampaio, de 16/07/1925, cujos outorgantes são: José Joaquim da Costa Magalhães, Francisco da Costa Magalhães, Eugénio Leite Basto e José Fernandes da Costa Abreu.
A sociedade “adota a firma Magalhães e Fernandes, limitada, e tem a sua sede nesta cidade de Guimarães e o estabelecimento, que se denominará Café Oriental, na praça D. Afonso Henriques e rua da República, desta mesma cidade”. A sua duração era por tempo indeterminado e o seu objeto “a venda de café, chá, e leite à chávena, tabacos e bebidas, jogos lícitos e qualquer outro ramo de negócios que de futuro a sociedade resolva explorar”.
Ao longo dos tempos a sociedade foi sofrendo alterações, nomeadamente ao nível do capital e do pacto social.
O Café Oriental apresentava uma decoração tão grandiosa e invulgar inspirada na civilização egípcia, “fruto do impacto mundial da descoberta do túmulo do faraó egípcio Tutankhamon” (Sales & Mota: 2023), que foi descrito pela imprensa local, da época, como “estabelecimento que, no género, não tem parceiro em terras portuguesa” (Sales & Mota: 2023).
O projeto cuja autoria é atribuída ao Capitão Luiz de Pina Guimarães, é descrito no “Esbôço Explicativo” da seguinte forma:
“O estilo adotado diz respeito ao antigo Egipto, através de 5000 anos duma civilização brilhante, atestada pelas ruínas dos seus grandiosos monumentos, pelas obras de arte dispersas pelos museus a até pelas últimas investigações nos túmulos dos seus reis (faraós). A disposição arquitetónica e os vários motivos decorativos estão combinados de modo a formar um conjunto harmónico no recinto a aproveitar, dando-se aos coloridos a ilusão do baixo-relevo, que era gravado na pedra.
É um pequeno repositório por onde perpassam cinquenta séculos de grandeza dum povo que vinte e seis dinastias dominaram, mas à custa de cuja escravidão a Arte fulgiu até à perfeição máxima atingida na genial Grécia”.
O “Café Oriental” encerrou as suas portas a 18 de julho 1967, dando lugar a um estabelecimento bancário. Alguns dos seus móveis encontram-se no Museu de Alberto Sampaio.