Campos de Jogos do
Vitória Sport Clube
Localizado no terreno fronteiro ao cemitério da Atouguia, desde cedo alvo de críticas, não só por ser um prolongamento do Campo Santo e logo inadequado para agitação que o futebol envolvia, mas também por não ter condições para a prática desportiva. O jogo de estreia, disputado em 7 de dezembro de 1922, foi frente a uma seleção de jogadores de clubes poveiros, que venceu por 4‑1.
Na imprensa as queixas repetiam-se e havia a necessidade de encontrar um novo campo. O Campo de S. Mamede chegou a ser uma hipótese.
Inaugurado em 27 de janeiro de 1924, situado ao cimo dos Palheiros, nos terrenos onde, em 1923, se tinha realizado o concurso hípico internacional das Festas Gualterianas. A banda do RI 20 abrilhantou o jogo inaugural disputado entre o Vitória SC e o SC de Braga, tendo o Vitória SC vencido por 4‑0.
O Campo José de Minotes teve vida curta, apenas tendo servido para uma dúzia de jogos. Em outubro de 1924, o proprietário mandou demolir as vedações e as bancadas para erguer uma moradia no seu terreno.
A 7 de Junho de 1925, a banda do RI 20 voltou a celebrar a inauguração de um recinto desportivo, o Campo da Perdiz, situado nas imediações do Cemitério da Atouguia. Cedo a sua utilização se tornou incomportável para o clube. O último jogo na Perdiz foi a 19 de fevereiro de 1928, em que se defrontaram, num amigável, o Vitória SC e o Estrela Sport Clube de Braga, que resultou num empate. Sem campo de jogos e com suspensão do Campeonato Distrital, entre 1927 e 1932, o Vitória SC praticamente cessou a sua atividade desportiva.
Mais tarde, em 1947, o Campo da Perdiz foi ocupado por uma praça de Touros, onde se realizaram as corridas das “Festas Gualterianas”.
Após um interregno de quase 4 anos, o Vitória SC irá renascer muito por iniciativa de Carlos Machado, um operário da indústria têxtil e entusiasta do jogo, que aceitou orientar um grupo de rapazes que jogavam futebol nas ruas e praças de Guimarães. Sem campo próprio, resolveu arrendar um terreno em frente à Escola Industrial, no sítio conhecido pelo Benlhevai.
O Campo do Benlhevai foi inaugurado a 24 de janeiro de 1932, com festa animada pela banda da Oficina de S. José e um jogo de futebol amigável entre o Vitória SC e o Sport Comércio e Salgueiros, do Porto, que venceu por 6‑1.
Em 1933, o Campo do Benlhevai sofreu uma remodelação, foi construída uma nova bancada e colocada vedação completa. Na época de 1945/1946, depois de mais uma vez se ter sagrado Campeão do Minho, o Vitória SC viu-se impedido de utilizar o Benlhevai no Campeonato Nacional, por imposição federativa, fruto das pequenas dimensões do recinto. O Vitória SC realizou as primeiras duas jornadas no Campo da Ponte, em Braga. Tornou-se urgente a construção de um novo campo de futebol.
Situado, sensivelmente, onde hoje se encontra o segundo bloco da Urbanização da Conceição foi, praticamente, construído durante o mês de dezembro de 1945. A inauguração teve lugar a 13 de janeiro de 1946, sem qualquer evocação ou cerimónia solene, os acabamentos finais ocorrerem até à hora do jogo entre o Vitória SC e o Boavista, tendo a equipa da casa vencido por 3‑1.
Nos anos 50, o campo foi dotado de novos balneários, inaugurados em 1953, e de uma nova bancada central, construída no final da década. Apesar destes melhoramentos, a ambição dos dirigentes do Vitória SC e da edilidade vimaranense passava pela construção de um novo campo de jogos.
Assim, em 1954, ao mesmo tempo que se iam travando os jogos no Campo da Amorosa, foi declarada a utilidade pública e a urgência na expropriação dos terrenos necessários à construção do Estádio Municipal. Nesta altura, também tiveram início os trabalhos de terraplanagem e drenagem da linha água daquela zona.
Uma determinação superior impunha que os jogos do Campeonato da I Divisão tinham de ser realizados em campos relvados, a partir de 31 de dezembro de 1964. O último jogo no Campo da Amorosa foi a 2 de fevereiro de 1965, um Vitória SC x Torrense, que terminou com a vitória dos “conquistadores” por 2‑0, com um bis de Rodrigo, El Cid.
Aquela que foi a casa do Vitória SC, durante sensivelmente 20 anos, passou a ser utilizado como campo de treinos e jogos das camadas jovens. Nos finais dos anos 70 foi demolido.
Depois dos campos da Atouguia, José Minotes, Perdiz, Benlhevai e Amorosa, o executivo vimaranense aprovou, em julho de 1958, o anteprojeto do futuro Estádio Municipal de autoria do eng. Manuel Duarte e do arquiteto Mário Bonito, no recinto que ainda hoje se encontra, ainda que com nome e configuração diferente.
Apesar das obras não estarem concluídas, a abertura do Estádio Municipal, ocorreu a 3 de janeiro de 1965, com o jogo Vitória SC x Belenenses, que terminou favorável às cores vitorianas por 2‑1. Em 1968, concluiu-se a construção das bancadas e dos balneários, até esta altura eram utilizados os da Amorosa, obrigando jogadores, árbitros e técnicos a percorrerem uma ladeira para chegarem ao campo.
No início da década de 80 foi substituída a estrutura de madeira que suportava parte da bancada central e os camarotes. Em 1987, iniciou-se a construção da bancada topo norte. No ano seguinte, foram colocadas 4 torres metálicas e inaugurado o sistema de iluminação noturna. Em 1989, o Município cede a propriedade do Estádio ao Vitória SC.
Por ocasião da organização do Campeonato Mundial de Sub-20 de 1991, em Portugal, foram realizadas obras de beneficiação: novos balneários, instalações sanitárias e arranjos exteriores.
Nos inícios da década de 90, iniciou-se a construção da bancada nascente e mais tarde de uma pequena bancada no topo sul.
Em 1995, os sócios do Vitória Sport Clube reuniram-se em Assembleia Geral e aprovaram uma mudança no nome do estádio, que passou a chamar-se D. Afonso Henriques.
Em 2003, a fim de receber o Euro 2004, o estádio sofreu profundas obras de remodelação que o tornaram um palco de excelência para os jogos de futebol. As bancadas e outras áreas que servem o público foram remodeladas de forma a acomodarem 30 mil espectadores.