Colégio Egas Moniz - Projeto de 1959
Edifício de arquitetura vanguardista para época foi concebido ainda durante o período do Estado Novo pela iniciativa da Sociedade Martins & Craveiro, Lda., constituída em 22 de dezembro de 1958 por Alfredo Faria Martins, Manuel Bernardino de Araújo Abreu, Adélio José de Oliveira e José Oliveira Faria Fernandes de Freitas. Localizado na freguesia Oliveira, nas proximidades do centro da cidade de Guimarães e junto ao Liceu, as suas fachadas confrontam a poente com a rua Raúl Brandão e a sul com a rua da Marcha Gualteriana, embora a norte o terreno se estenda até à rua Dr. Carlos Malheiro Dias.
A construção desenvolveu-se em dois corpos, ligados por uma caixa de escadas, cada um com rés-do-chão e dois andares. Um corpo constituído por ginásio e sanitários de recreio, e um núcleo para pessoal composto por sala de preparação de roupas, dormitório do pessoal e armazém. O outro, internato, constituído pelo refeitório e dormitório dos alunos e também pelos serviços diretivos e administrativos, forma um gaveto com a zona de aulas. Com o desígnio de colégio em regime de internato e externato, pensou-se inicialmente em construir o conjunto de edifícios em duas fases, mas só a primeira foi concretizada. A primeira fase da obra permitiu a construção para a utilização de 92 alunos internos em salas de aula “normal”, sala de desenho e trabalhos manuais, laboratórios de química, física e ciências naturais, para uma capacidade de 35 alunos em cada sala. A segunda fase do plano possibilitava a construção de mais um corpo de salas de aula com laboratórios e anfiteatros destinados a alunos do 6º e 7º anos e um reforço do espaço destinado a internato, mas não foi realizada.
O seu licenciamento teve início com a entrada do projeto na Câmara Municipal de Guimarães em 13 de junho de 1959. O arquiteto autor da arquitetura foi Álvaro de Carvalho e o técnico responsável pelos cálculos de betão armado e direção das obras foi o engenheiro civil Edmundo Ferreira Lopes Alves Pereira. A licença para a construção do edifício foi emitida em 10 de setembro de 1959, mas o mesmo foi finalizado em outubro de 1960. Em 1962, foi também solicitado a ampliação do corpo de aulas para os três pisos, só tendo sido executado o rés-do-chão que é o existente.
Há muito desativado como colégio, já serviu de instalações provisórias para as Varas de Competência Mista do Tribunal Judicial quando a proprietária do edifício era Arquidiocese de Braga e chegou a pensar-se na instalação da Casa Sacerdotal. Atualmente é propriedade da Sociedade Pinto Brasil Imobiliária, Lda.