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Edificação de escolas primárias em Guimarães a partir de 1931

Em Portugal, no
censo
de
1
 de
 Dezembro
 de
 1890,
 estimava-se que a população fosse
 de
 5.049.729 habitantes, desses, 4.000.957 eram analfabetos, cerca de 79% da sua população, uma taxa bastante acima de muitos países europeus. Guimarães, com um total de 45.452 pessoas contava com 38.717 analfabetos, 85,1% dos seus habitantes.

Para contrariar este cenário, durante a vigência da I República (1910-1926), houve a tentativa de prover com uma escola todas as aldeias do país, mas em 1926 ainda muitas freguesias do país não tinham qualquer escola. Após este período, e para resolver o grave problema de alfabetização, que em 1930 era de 27%, o Estado Novo impulsionou a construção de escolas. Foram, então, encetados três grandes Planos: o Plano Geral (1926 a 1939); o Plano dos Centenários (1940), cuja denominação provém da comemoração dos centenários da Fundação da Nacionalidade e da Restauração da Independência; e o Novo Plano (1956).

Neste contexto, foram desenvolvidos projetos tipo de escolas pelos arquitetos Rogério de Azevedo para a zona norte e centro, e Raúl Lino para a zona sul, ambos funcionários da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (criada em 1929) e aprovados pela mesma em 1935. O objetivo foi a construção de escolas em série, mas cada escola seria adaptada às caraterísticas da arquitetura local, tendo em conta os materiais aplicados e às condições do clima.

Em 1930, Guimarães contava com uma taxa de analfabetismo a rondar os 75%, sendo, por isso, imprescindível a edificação de escolas por todo o concelho na tentativa de alterar o rumo dessa situação. A primeira escola construída pelo estado foi na freguesia de São Salvador de Souto em 1931, um edifício com duas salas, uma para cada sexo, da autoria de Baltazar de Castro e Rogério de Azevedo. Sucederam-lhe a de São Jorge de Selho (1933), Mesão Frio (1934), Silvares (1937), Gondar (1938), São Clemente de Sande (1939) e outras.

Os projetos das escolas em destaque de duas, três e quatro salas “Tipo Granito Minho” inserem-se nas escolas construídas durante a vigência do Estado Novo.

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https://run.unl.pt/handle/10362/11341

SILVA, Hilário Oliveira da. O ensino primário oficial em Guimarães (1772-2006). Guimarães: Edição do Autor, 2009

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