Fábrica do Cavalinho – Projetos de 1923 e 1934

A Fábrica de Fiação e Tecelagem do Cavalinho surge no decurso do processo de industrialização que teve início em finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX no nosso país e em particular no Vale do Ave. A lenta transição entre a produção artesanal de tecidos e a produção têxtil por máquinas chegou a Portugal com um século de atraso. É neste contexto de transformação que nasce a fábrica.

O primeiro projeto deu entrada na Câmara Municipal de Guimarães em 30 de abril de 1923, pela mão de José da Silva Gonçalves, gerente da Sociedade Mercantil do Minho, Lda., entretanto criada para o efeito com o objetivo de proceder à construção de uma fábrica de tecelagem no lugar do Cavalinho, junto à Avenida Cândido dos Reis – atual Avenida D. Afonso Henriques, freguesia de Santo Estêvão de Urgezes, local próximo do centro da cidade de Guimarães.

Apesar de ter sofrido várias alterações e ampliações ao longo do tempo de atividade é de destacar a realizada em 1934 que alargou bastante as suas instalações, onde incluiu uma secção só para fiação, e consequente aumento da capacidade de trabalho, mesmo numa conjuntura de grande instabilidade internacional decorrente da grande depressão iniciada em 1929.

Bem localizada, com boas acessibilidades e com mão-de-obra abundante e disponível, a fábrica manteve a sua laboração durante décadas - exerceu a atividade ao longo de praticamente todo o século XX e chegou a empregar cerca de 900 pessoas nos anos 80. Após este período o declínio parece ter sido acelerado pois o seu exercício viria a durar pouco tempo, a sociedade entretanto faliu e a fábrica acabou por encerrar em 1993.

Inserida na malha urbana, viria a ser demolida recentemente para dar lugar a um projeto urbanístico com abertura de novas ruas para a futura construção de edifícios de habitação e comércio.

Pelas tradições industriais da cidade Guimarães é um importante documento da sua história.