Jazigo particular no cemitério da Atouguia, canteiro n. 1
Esta planta faz parte de um conjunto de documentos que estão à guarda do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta referentes à construção de jazigos no cemitério municipal da Atouguia.
O documento em questão está inserido num processo, em que a pretensão é a aquisição de terreno para a edificação do jazigo de família. Os processos de jazigos obedeciam ao que estava determinado no regulamento do cemitério municipal e o pedido era dirigido à Câmara com vista à concessão de terreno para a sua construção. Neste período, a grande maioria dos processos incluía o requerimento, desenho do jazigo e o pagamento de taxa.
O desenho em destaque é do jazigo de propriedade de José Ferreira da Cunha e da esposa Quitéria Rosa Ferreira da Cunha, canteiro nº 1, que foi extraído do processo com entrada no município sob o nº 38, em 9 de março de 1887, solicitando a concessão de 9 metros de terreno, sendo 3 metros de largura por 3 metros de profundidade para a construção do mesmo.
É importante realçar que a informação contida nestes processos tem contribuído para o estudo da arte e da arquitetura funerária, e até dos seus intervenientes.
Estes espaços foram construídos integrando e manifestando os respetivos valores culturais e estruturas socioeconómicas.
Considerados lugares de culto, memória e reflexão, fazem a articulação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. É um espaço sagrado para os vivos prestarem a homenagem aos seus entes queridos e um ritual que sempre fez parte dos homens e das sociedades. Por estas razões, o culto dos mortos e a crença dos vivos sempre o conduziu à vontade de registar as suas origens e o seu passado. A arquitetura funerária reflete a necessidade do homem deixar um marco da sua existência, assim como eternizar a sua presença.