Primeira Guerra Mundial
ÍNDICE
Prelúdio da GuerraEclodir da Guerra
- Batalha de Tannenberg
- Primeira Batalha do Marne
- Primeira Batalha de Ypres
- Campanha dos Dardanelos
- Segunda Batalha de Ypres
- Batalha de Verdun
- Batalha da Jutlândia
- Ofensiva Brusliov
- Batalha do Somme
- Batalha de Passchendaele
- Segunda Batalha do Marne
- Apresamento dos Navios Alemães / Austro-Húngaros
- Declaração de Guerra Alemã
- Biografias de Políticos
- Biografias de Militares
- Balanço final da guerra
- Os Tratados pós-guerra
- Europa pós-guerra (1922)
- Formação do CEP
- Combates na Flandres
- Guerra Colonial
- Biografias de Políticos Nacionais
- Biografias de Militares Nacionais
- Calão nas trincheiras
- Alcino da Costa Machado (Coronel)
- Alfredo Guimarães (Capitão de Cavalaria)
- Álvaro Machado (2º Sargento de infantaria)
- Joaquim Magalhães (2º Sargento)
- José Dias da Conceição (1º Sargento)
- José Joaquim Machado Guimarães Júnior (Médico)
- José Marcelino Barreira (Coronel)
- Sérgio Augusto dos Santos (Tenente)
- Silvestre José Barreira (Tenente)
Eclodir da Guerra (1914-1916)
Os contendores estavam organizados em dois campos, enquanto de um lado tínhamos a "Tríplice Entente (1907)", que reunia a França, Grã-Bretanha e Rússia, do outro existia a "Tríplice Aliança" (1882), que reagrupava a Alemanha, a Áustria-Húngria e a Itália. Este último país ficaria neutro, em 1914, acabando por entrar em guerra ao lado dos Aliados em 1915.
A 28 de julho de 1914, um mês após o assassinato de Francisco Fernando, o imperador da Áustria-Hungria, Francisco José, convencido de que tinha o apoio da Alemanha, declarou guerra à Sérvia. Esta declaração colocou em movimento todo um sistema de alianças que ninguém queria ou conseguiu parar.
Numa primeira fase, que corresponde aproximadamente ao ano de 1914, a iniciativa pertenceu quase por inteiro aos exércitos alemães e seus aliados, travando-se uma guerra de movimento em duas frentes, na França e na frente russa (as mais importantes), bem como noutras regiões do globo, como a África e a Ásia.
Todos acreditavam, no princípio do verão de 1914, que a guerra não duraria mais de algumas semanas, no pior dos casos alguns meses. O final de Agosto de 1914 foi o das ilusões perdidas.
Nenhum beligerante conseguiu assegurar uma vantagem decisiva que devia levar à vitória e ao fim da guerra. Nem os alemães, detido o seu avanço sobre Paris no princípio de setembro na Batalha do Marne, nem os Russos na Prússia Oriental, onde foram batidos em Tannenberg.
Seguiu-se uma guerra de trincheiras, em que as frentes se imobilizaram com grandes perdas em homens e material, sem que qualquer dos contendores obtivesse qualquer vantagem; fez aí o seu aparecimento o emprego de gases tóxicos como arma de combate, os lança-chamas e as armas de trincheira, como granadas de espingarda e morteiros.
Ao mesmo tempo, a guerra submarina conduzida pela Alemanha causava perdas volumosas em tonelagem de navios, homens e bens, levantando dificuldades nas comunicações entre a Europa e a América. Os Combates eram travados na terra, no mar e, pela primeira vez, no ar.
À medida que a guerra se prolongava, cada um dos dois campos tentou convencer os países neutros a juntarem-se-lhes, tentando, assim, inverter o equilíbrio das forças. O império Otomano, em 1914, aliou-se aos impérios centrais e a guerra estendeu-se à Ásia. Em 1915, é a vez de a Itália entrar na guerra ao lado dos aliados, abrindo uma nova Frente nos Alpes orientais, e da Bulgária ao lado das Potências Centrais.
Em 1916, numa altura em que se vivia o auge da insensatez e da carnificina sem sentido (Batalha de Verdun e do Somme), a Roménia e Portugal entraram no conflito ao lado dos aliados.
As principais batalhas
Batalha de Tannenberg
Batalha que opôs os exércitos alemães e russos, que ocorreu na Prússia Oriental, entre 26 a 30 de agosto 1914. O lado alemão, representado pelo 8º Exército, possuía 153 000 combatentes, enquanto o 2º Exército Russo contava com 191 000 homens. A batalha foi vencida pelas forças alemãs que cercaram e destruíram as forças russas invasoras no sul da Prússia Oriental.
Primeira Batalha do Marne
Batalha travada no início da Primeira Guerra Mundial, entre 6 e 12 de setembro de 1914. Tratou-se de uma ofensiva conjunta das forças da Tripla Entente, compostas pelo exército francês e pelas forças expedicionárias britânicas, contra os avanços sucessivos das tropas alemãs, que já tinham invadido a Bélgica e o nordeste da França e se encontravam a apenas 48 km de Paris. A batalha foi ganha pelo general francês Joseph Joffre, que conseguiu travar o avanço em massa do exército alemão.
Primeira Batalha de Ypres
Foi a última grande batalha do primeiro ano da Primeira Guerra Mundial (1914).
Em outubro de 1914 ocorria a estagnação da frente ocidental entre Lille, norte da França, e os montes Suíços, devido a erros cometidos pelo comando alemão no início da ofensiva em setembro e também por problemas logísticos enfrentados pelo Exército Alemão.
Após o fracasso da ofensiva alemã na Primeira Batalha do Marne, os exércitos oponentes realizaram diversas tentativas de se flanquearem mutuamente, fase da guerra que ficou conhecida como Corrida para o mar, e que levou à formação de uma extensa linha de defesas em toda frente ocidental.
O Alto-Comando Alemão diante dessa situação, decidiu lançar uma última ofensiva no outono de 1914. Foi selecionado o flanco direito de sua frente de combate, região de Flandres na Bélgica, para o emprego das forças alemães recém-recrutadas, com no máximo seis semanas de treinamento e inexperientes no combate. O objetivo da ofensiva era romper o dispositivo inimigo, e assegurar dessa forma a vitória sobre os aliados, que escapava rapidamente.
Campanha dos Dardanelos
Expedição franco-britânica dirigida contra a Turquia na Primeira Guerra Mundial.
A entrada da Turquia na Primeira Guerra Mundial ao lado dos alemães (e dos restantes impérios centrais) colocou graves problemas às potências aliadas, surgindo como um tampão entre o Leste e o Ocidente. Desde logo, os comandos franco-britânicos chegaram à conclusão que se impunha uma ação sobre Constantinopla, para abrir um corredor de comunicação com a Rússia. Assim, os ingleses lançaram a ideia de forçar a passagem dos Dardanelos para atacar a capital turca pelo mar de Mármara (mar interior da bacia do Mediterrâneo). Os franceses concordam com o plano e a ação naval começa a 19 de fevereiro de 1915, com o bombardeamento dos fortes que guardavam a entrada do estreito e a dragagem das minas aí existentes; no dia 18 de março, o almirante Robeck força a entrada, mas falha; as perdas são elevadas: os franceses perderam o Bouvet depois de este embater numa mina; os britânicos ficaram sem três couraçados; o Suffren e o Gaulois foram gravemente danificados. Perante este desaire, decidiu-se renovar o ataque com o apoio de um corpo expedicionário dirigido pelo general J. Hamilton. Reunido no Egito e depois em Lemnos, base das operações, este corpo reunia quatro divisões britânicas (integrando duas australianas) e uma divisão francesa com cerca de 65 mil homens. Embarcado a 25 de abril, o exército aliado travou combates em vários pontos, como Seddul-Bahr, Sula e Gaba-tépé, onde deixou inúmeras baixas e, após resistir ao contra-ataque turco, conseguiu entrincheirar-se em Gallípoli, na margem esquerda da Península de Galipoli, dominando os Dardanelos. O objetivo era atacar as posições adversárias em Krithia, d'Atchi-Baba e Sari-Bair. Durante vários meses, britânicos e franceses esgotaram-se numa guerra de cerco, lenta e metódica, entremeada por violentos confrontos (especialmente a 6 de maio, 28 de junho e 12 de julho), sem conseguirem tomar as posições turcas, há muito organizadas com a colaboração alemã. Destes combates resultaram elevadas baixas.
A operação arrastava-se quando, em outubro de 1915, uma grande ofensiva alemã nos Balcãs obrigou os Aliados a reagirem e a concentrarem a sua atenção noutros pontos. A evacuação dos Dardanelos efetuou-se entre 20 de dezembro de 1915 e 8 de janeiro do ano seguinte; uma parte das forças foi transportada para Salonica, constituindo o embrião do futuro exército do Oriente.
Segunda Batalha de Ypres
Foi uma série de batalhas ocorridas entre 22 de abril e 25 de maio de 1915, em que se enfrentaram as tropas da França, Reino Unido, Austrália e Canadá contra o Império Alemão. Foi a primeira batalha em que foi utilizado gás mortífero para fins militares. As forças alemãs lançaram gás clorídrico asfixiante contra as tropas aliadas, embora este fato não tenha sido decisivo para o resultado da batalha. Também foi a primeira vez em que uma força colonial (canadenses e australianos) enfrentava uma potência europeia em solo europeu.
Batalha de Verdun
Batalha, travada em 1916, na qual a França conseguiu superar a ofensiva alemã, dirigida pelo general Erich von Falkenhayn. Os combates tiveram lugar junto ao Rio Meuse e o exército francês, comandado pelo general Philippe Pétain, perdeu 400 000 homens. Esta batalha, que foi uma das mais devastadoras da Primeira Guerra Mundial, transformou-se num símbolo da resistência francesa face à violência do ataque alemão e representa também o horror da guerra moderna.
Batalha da Jutlândia
Segundo os historiadores, trata-se da mais importante batalha naval da I Guerra Mundial. Ocorreu no dia 31 de maio de 1916, nas águas da península da Jutlândia (Dinamarca), e opôs a frota britânica comandada por Sir John Jellicoe e a frota de Alto Mar alemã do almirante Reinhard Scheer. Tal como outros combates desta guerra, a batalha teve pelo menos duas fases e viria a terminar com a fuga da frota germânica. A dureza do combate fez-se sentir nas baixas de cada lado. Nesse combate os ingleses perderam 3 cruzadores, 8 contratorpedeiros e 6097 homens contra 1 couraçado, 1 cruzador pesado, 4 cruzadores, 5 contratorpedeiros e 2545 homens por parte dos alemães. Contudo, apesar de, aparentemente, as perdas britânicas terem sido superiores às germânicas, depois deste confronto os ingleses tornaram-se senhores dos mares controlando toda a navegação. A tal ponto que, até ao final da guerra, a frota alemã de superfície teve de permanecer imobilizada nas suas bases.
Ofensiva Brusliov
A Ofensiva Brusilov foi o maior feito do Império Russo durante a Primeira Guerra Mundial e uma das mais letais batalhas da história. Foi uma grande ofensiva contra os exércitos dos Impérios Centrais na Frente Oriental, lançada em 4 de junho de 1916 e finalizada no início de agosto. Ela ocorreu no que hoje é território ucraniano. A ofensiva foi nomeada com o sobrenome de um comandante da frente sudoeste, Aleksei Brusilov.
Batalha do Somme
Prolongada batalha travada por ingleses e franceses contra as forças alemãs durante a I Guerra Mundial na região do rio Somme, em França, no ano de 1916. Durante o ano de 1915 foi combinada uma ofensiva conjunta franco-britânica; contudo, o ataque alemão em Verdun (fevereiro de 1916) veio alterar esta estratégia e a operação aliada passou a ter uma escala bem menor e centrada no Somme, em França, um lugar desfavorável, dada a enorme concentração de defesas alemãs. Encurralado em Verdun, numa situação quase desesperada, o exército francês apelava para uma manobra de diversão inglesa que aliviasse a pressão exercida pelos germânicos. Desse modo, o comandante-em-chefe britânico Sir Douglas Haig foi obrigado a lançar uma ofensiva, chamada "o Grande Empurrão", num tempo e num lugar que não escolhera; ele e os seus comandos militares duvidavam do sucesso da operação. Durante uma semana, as posições alemãs foram permanentemente bombardeadas com o objetivo de "abrir caminho" para a infantaria aliada; contudo, os estragos causados foram mínimos: as barreiras de arame mantinham-se intactas em muitos locais e as trincheiras e abrigos militarizados praticamente não sofreram estragos. A ofensiva aliada, com cerca de 30 km de frente, lançada à luz do dia, às 7 horas da manhã de 1 de julho, foi um falhanço desastroso em grande parte dos setores; o fogo das metralhadoras alemãs abriu enormes clareiras nas vagas de assalto da infantaria. Com algumas honrosas exceções (como, por exemplo, a da 36.ª Divisão, do Ulster), os objetivos ficaram por atingir e muitos batalhões foram completamente aniquilados. As baixas desta trágica ofensiva cifraram-se na perda de 57 470 homens, ou seja, as maiores que o exército britânico alguma vez sofreu num único dia. Algumas lições, sobretudo de tática militar, foram retiradas deste fracasso. No dia 14 de julho, o New Army Soldierslançou uma ofensiva de surpresa, de madrugada, sem grande preparação prévia de bombardeamentos e conseguiu capturar um extenso setor da segunda linha defensiva alemã, entre Longueval e Bazentin le Petit.
Nos primeiros dias da batalha, as baixas germânicas foram comparativamente diminutas em relação às perdas britânicas; contudo, a sua propensão para lançar repetidos contra-ataques rapidamente causou perdas semelhantes às dos antagonistas.
No dia 15 de setembro, os ingleses inauguraram uma nova era na guerra moderna utilizando tanques (40) pela primeira vez; contudo, apesar de alguns avanços espetaculares proporcionados por estes "terríveis monstros", os tanques ainda eram extremamente lentos, não muito fiáveis e em número pouco significativo para trazerem grandes modificações na tática militar; de qualquer modo, o seu efeito psicológico teve grande impacto.
A campanha estendeu-se pelo fim do ano e tornou-se penosa, sobretudo após as primeiras chuvas. Havia lama por todo o lado, os exércitos pouco avançavam, o material deteriorava-se, as condições de existência das tropas nas trincheiras eram desoladoras. Desde o início da ofensiva pouco se ganhou em termos territoriais; em fevereiro de 1917 os alemães iniciam uma retirada não forçada (embora este facto possa indiciar que as condições dos seus exércitos não seriam as melhores), preparando as defesas da "Linha Hindenburg". Do mesmo modo, torna-se difícil determinar um vencedor claro da mesma batalha pela comparação das baixas; estima-se que entre o início da ofensiva (1 de julho) e 19 de novembro de 1916, os ingleses terão perdido cerca de 420 mil homens e os franceses cerca de 200 mil; os alemães, por seu turno, terão perdido entre 450 mil e 680 mil homens entre mortos e feridos incapacitados para o combate. O dia 1 de julho de 1916, pela enorme quantidade de vidas ceifadas, ficou em termos de cultura popular conhecido como o "Dia da Batalha do Somme".
Batalha de Passchendaele
Batalha da I Guerra Mundial, conhecida também pelo nome de Batalha de Ypres (a terceira com este nome); travou-se entre 31 de julho e 10 de novembro de 1917. Este confronto foi despoletado pela grande ofensiva britânica em direção às posições germânicas com o objetivo de romper através da costa belga. A fase inicial da operação foi extremamente bem-sucedida: no dia 7 de junho, as tropas inglesas tomaram a estratégica vila de Messines, um ponto alto a partir do qual passaram a controlar milhas de território ocupado pelos exércitos alemães. A segunda fase da ofensiva (entre 31 de julho e 10 de novembro) foi, pelo contrário, desastrosa. Chuvas prolongadas e fortíssimos bombardeamentos aliados transformaram o campo de batalha num imenso pantanal e os alemães, operando a partir de "bunkers", causaram pesadas baixas nas tropas aliadas com gás de mostarda e metralha. Após alguns meses de duros confrontos no meio da lama, a infantaria canadiana capturou a destruída vila de Passchendaele. Nesta altura, o comando aliado decidiu travar a ofensiva. Como balanço final, verificou-se que as tropas aliadas apenas fizeram recuar os alemães cerca de 8 km; cada um dos lados sofreu perdas na ordem dos 250 mil homens.
Segunda Batalha do Marne
Esta batalha constituiu a última grande ofensiva alemã da Primeira Guerra Mundial. Travou-se entre 15 e 18 de julho de 1918. As forças da Tripla Entente (francesas, do corpo expedicionário britânico e dos Estados Unidos), sob o comando do general Philippe Pétain, derrotaram as tropas alemãs, cujo moral ficou gravemente afetado pela inesperada resistência encontrada.