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Primeira Guerra Mundial

Alcino da Costa Machado (Coronel)

pic1Nasceu na freguesia de S. Nicolau da cidade do Porto, em 10 de Fevereiro 1871, tendo assentado praça, em 28 de Junho de 1889. Foi promovido a Tenente- ajudante, em 18 de Abril de 1899, sendo colocado no Regimento de Infantaria nº 20. Em Dezembro de 1914, partiu para África, a fim de participar na defesa da Província Ultramarina de Angola, comandando como Major o 3º Batalhão de Infantaria nº 20. Nos anos 20, foi promovido a Coronel. Faleceu a 1 de Fevereiro de 1946, na freguesia de Mesão Frio, do concelho de Guimarães.




Alfredo Guimarães (Capitão de Cavalaria)

pic2Nasceu na freguesia de São Paio, do concelho de Guimarães, a 22 de Abril de 1884, solteiro, filho de João Lopes Cardoso Guimarães e de Rita Maria Ribeiro de Castro Guimarães, pertencia ao Regimento de Cavalaria nº 2, mas encontrava-se destacado no Regimento de Cavalaria nº 29, em Braga. Em 4 Agosto de 1917, embarcou para França no 1º Corpo Expedicionário Português. A 9 de Abril de 1918, na batalha de La Lys, sob ação destruidora dos bombardeamentos, avançou com o seu pelotão para a frente de batalha para reforçar as forças do Regimento de Infantaria nº 8 que guarneciam as trincheiras da 1º linha. Apesar da resistência e notável coragem, foi ferido e acabou por falecer. Em 1920, postumamente, foi promovido a Capitão pelo Governo da República (carta patente de 13 de Abril de 1920, assinada pelo Presidente da República – António José de Almeida) e condecorado com o grau de Oficial da Torre, do Valor, Lealdade e Mérito com a Cruz de 2º Classe. Na sessão de 15 de Agosto de 1924, os vereadores da Câmara Municipal de Guimarães associaram-se à homenagem prestada a este herói da Guerra e propuseram a atribuição do seu nome a parte da estrada municipal nº 8. Em 29 de Dezembro de 1931, a nova rua criada na cidade de Guimarães, passou a designar-se Rua Capitão Alfredo Guimarães.



Álvaro Machado (2º Sargento de infantaria)

pic3Natural da freguesia de Santa Maria de Oliveira, concelho de Guimarães, nasceu a 14 de Fevereiro de 1889, filho de António Machado e de Adelinda Rosa, casado com Custódia Rosa do Amaral, foi residente na cidade do Porto, na Rua de S. Bento da Vitória, tendo posteriormente regressado à sua cidade, onde teve dois filhos, Abílio Machado e Rosa Machado. Em 23 de Maio de 1917, embarcou para França no 1º Corpo Expedicionário Português pelo Regimento de Infantaria nº 20, e regressou a 19 de Abril de 1919. Em França, foi monitor da Escola T. O. P., sendo depois colocado e designado como observador dos movimentos do inimigo. Faleceu a 15 de Julho de 1969, encontrando-se sepultado no Cemitério Municipal da Atouguia.



Joaquim Magalhães (2º Sargento)

pic4Joaquim Magalhães, filho de Maria Magalhães, nasceu a 1 de Julho de 1882, na freguesia de São Clemente de Basto, concelho de Celorico de Basto. Assentou praça, em 29 de Agosto de 1912, como recruta do Regimento de infantaria nº 20. Em 3 de Fevereiro de 1915, foi incorporado no segundo corpo expedicionário para Angola, para fazer frente ao ataque das forças alemãs, vindas da África Alemã do Sudoeste. Com o fim do conflito germânico, neste território, em 9 de Julho de 1915, embarcou de regresso a Portugal. Foi promovido, em 13 Junho de 1916, a 2º sargento da 1ª companhia do Regimento de infantaria nº 20. Fez parte do 1º Corpo Expedicionário Português, na 2ª Divisão, da 4ª Brigada do Minho e partiu de lisboa rumo a Brest, na França no dia 23 de Maio de 1917. Em 19 de Outubro de 1924 passou ao Batalhão de Metralhadoras do RI nº 20 e, em 10 de Julho de 1927, foi transferido para o Regimento de Infantaria nº 8, em Braga.



José Dias da Conceição (1º Sargento)

pic5José Dias da Conceição nasceu na freguesia de Santa Maria de Galegos (Barcelos) em 7.06.1898, sendo filho de Domingos Dias da Conceição e de Elvira dos Anjos Alves Pereira.
Com 18 anos incompletos, em 2.05.1916, alistou-se como soldado voluntário no Regimento de Infantaria 8, em Braga. Após instrução em Tancos, foi promovido a 1.º cabo em 31.01.1917 e, em 12.04 do mesmo ano, a 2.º sargento. Fazendo parte do C.E.P. integrado na 3.ª companhia do 1.º batalhão do Regimento de Infantaria 8, embarcou em Lisboa para França num transporte inglês, saindo do Tejo em 22.04.1917. Na Flandres tomou parte em todas as acções do seu batalhão.
A ofensiva alemã de 9 de Abril de 1918 encontrou-o nas trincheiras, em primeira linha, no sector de Fauquissart (Laventie), integrado na 4.ª Brigada de Infantaria (Brigada do Minho). Metralhado o seu posto durante quatro horas, foi gravemente ferido com estilhaços de granada e feito prisioneiro.
Nessa situação, permaneceu hospitalizado em Lille, e depois em Tournai, após o que foi levado para a Alemanha, passando sucessivamente pelos os campos de prisioneiros de Cassel, Crossen e Cottbus I e chegando a ser recrutado para trabalhar numa fábrica alemã de serralharia. Libertado em 9.01.1919 na sequência do armistício, regressou pouco depois a Portugal.
Acedeu ao posto de 1.º sargento, após concurso, em 1.01.1923. Tomou parte no movimento militar de 28 de Maio de 1926, marchando de Braga a Monsanto incorporado no Regimento de Infantaria 29.
Julgado incapaz para o serviço activo em virtude dos ferimentos de guerra (27.06.1927), foi um mês depois afastado do exército por motivos políticos (participação na preparação da revolução de 3 de Fevereiro de 1927), passando a ser um modesto comerciante. Abrangido pela amnistia geral decretada em 1951, foi então reintegrado como 1.º sargento reformado.
José Dias da Conceição consorciou-se em 29.10.1921 com Maria do Rosário de Carvalho, com quem teve quatro filhos: Maria José de Carvalho Conceição (1921-1988); Fernando Dias de Carvalho Conceição (1923); Maria Fernanda (1925-1925) e Maria Cristina (1926-1930).
Faleceu, já viúvo, no Hospital Militar do Porto em 1984.



José Joaquim Machado Guimarães Júnior (Médico)

pic6José Joaquim Machado Guimarães Júnior nasceu a 17 de Fevereiro de 1890 no lugar da Igreja, freguesia de Ronfe, Guimarães, descendente de uma família com antiga tradição na área dos têxteis do vale do Ave. Licenciou na Escola Médico-cirúrgica do Porto, numa altura em que o país já estava envolvido na conflagração europeia. Decidiu então alistar-se como voluntário no exército. Foi integrado no 3º Grupo da Companhia de Saúde, cujos elementos provinham da região do Porto, fazendo parte do Serviço Médico do Corpo Expedicionário Português, enviado para terras de França, a combater na Frente Ocidental. Embarcou a 15 de Fevereiro de 1917 rumo a Brest. Em França ficou adstrito ao Batalhão de Infantaria nº 15 e foi promovido a Tenente-médico miliciano em 24 de Setembro do mesmo ano. José Joaquim esteve na batalha de La Lys. Foi primeiramente dado como desaparecido e depois soube-se do seu cativeiro, tendo sido feito prisioneiro em La Couture, a 9 de Abril de 1918.Terminada a Guerra, regressou ao C.E.P a 16 de Janeiro de 1919, vindo da Holanda, como tantos outros prisioneiros que, aos poucos, foram enviados da Alemanha para a França e depois para Portugal. Foi condecorado com a Cruz de Guerra de 2.ª classe porque mostrou grande coragem, valor e zelo durante o combate de 9 de Abril de 1918. Nunca abandonou a medicina, sendo promovido a Capitão-médico a 23 de Novembro de 1921. Em 1941, deixa o serviço no exército, contudo continuou a exercer a profissão de médico nas Caldas das Taipas, na região envolvente e no quartel de Braga, onde fazia as inspeções militares, Faleceu a 14 de Novembro de 1952.



José Marcelino Barreira (Coronel)

pic7José Marcelino Barreira nasceu a 3 de janeiro de 1887 na freguesia de São Paio, em Guimarães. Era o primeiro filho de Manuel de Jesus Barreira, 1º sargento do R. I. Nº 20, e de Laura Emiliana de Oliveira Bastos, descendente de uma ilustre família vimaranense. Terminado o primeiro ano da instrução primária, é admitido no Real Colégio Militar, onde conclui, em 1904, o curso que o habilitava como 3º comandante de secção. Assenta praça no Regimento de Infantaria Nº 20 do Infante D. Manuel e frequenta o curso de infantaria na Escola do Exército. É promovido a alferes em 1908 e, em janeiro de 1910, ascende ao posto de tenente. Em março desse ano, é enviado para Angola para cumprir a sua primeira comissão de serviço no Ultramar, sendo incorporado na 2ª Companhia Mista de Artilharia de Montanha e de Infantaria. No ano seguinte, é transferido para o Depósito Geral dos Degredados, em Luanda, e, em 1912, nomeado ajudante de campo do Governador-geral, função que acumula com o cargo de chefe de gabinete do Governo-geral. De regresso Guimarães, casa-se com Maria José de Oliveira Vale Marto no dia 18 de outubro de 1915. Assume o cargo de diretor das aulas regimentais na Escola do Exército e leciona o curso prático de habilitação para primeiros-sargentos. Promovido a capitão, serve em vários regimentos e companhias até que, em maio de 1918, parte com destino a Moçambique a fim de prestar serviço nas companhias indígenas. Regressa em 1919 e serve no R. I. Nº 20. Em fevereiro, integra o corpo de militares fiéis à República que defrontam e subjugam os revoltosos monárquicos que, após o assassinato de Sidónio Pais, proclamaram a monarquia no Porto. Nos anos que se seguiram, o capitão Barreira ocupa o posto de comandante em várias unidades militares, sendo progressivamente promovido: major em 1928, tenente-coronel em 1937 e coronel em 1941. A 20 de setembro desse ano, passa à reserva com 54 anos de idade e uma folha de serviço preenchida com louvores e condecorações. Nela ganham particular destaque a medalha da vitória e os louvores recebidos pela inexcedível dedicação e valiosos serviços que prestou ao comando do R. I. Nº 20 na cerimónia de aposição das insígnias da Cruz de Guerra de 1ª Classe à bandeira do regimento, em agosto de 1924. O coronel José Marcelino Barreira faleceu no dia 14 de setembro de 1948 em Guimarães e encontra-se sepultado no cemitério municipal da Atouguia.

in:Oliveira, Célia, 2013. Biografias e coleções: um caso de estudo. A Coleção de Postais Ilustrados do Coronel José Marcelino Barreira. Dissertação de mestrado. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.



Sérgio Augusto dos Santos (Tenente)

pic8Nasceu em Poiares (Freixo de Espada à Cinta), a 13.07.1894, sendo filho de Abílio António dos Santos e de Maria Madalena Ferreira Coxito.
Em Janeiro de 1915 iniciou o serviço militar obrigatório no Regimento de Infantaria 30, em Bragança. Aí foi promovido a 1.º cabo e, em 13.06.1916, a 2.º sargento, após concurso. Nessa condição, foi mobilizado pelo Regimento de Infantaria 15, de Tomar, ingressando na 1.ª divisão do C. E. P., 1.º batalhão, 2.ª companhia (n.º 388). Participou em manobras militares no Polígono de Tancos e em 30 de Janeiro 1917 embarcou para Brest num transporte inglês, no primeiro contingente expedicionário português.
Os primeiros meses em França foram de preparação militar, passados em Aire-sur-La Lys, Blessy, campo de instrução divisionário de Marthes, Mametz. Transitou depois para a “frente”, nos sectores de Fauquissart e de Neuve Chapelle.
Em 9 de Abril de 1918, encontrava-se em período de repouso em Croix Marmousse quando, perante a ofensiva alemã, a sua companhia recebeu ordem para ocupar e defender a Linha das Aldeias. Conseguiu atingir o reduto de Richebourg S. Vaast, onde, comandando o 1.º pelotão, combateu até o reduto ser ocupado pelos alemães e ser feito prisioneiro.
Passou pelos campos de prisioneiros de Salomé, Carvin, forte de Lille, Aubers e finalmente Illies, de onde, na madrugada de 17 de Junho, se evadiu juntamente com o 2.º sargento Baltazar de Castro, atingindo três dias depois as linhas inglesas.
Antes de ser repatriado, foi louvado pelo Comandante do Batalhão (O.S. n.º 185 de 14.07.1918) e pelo Comando do C.E.P. (O.C. n.º 273 de 5.10. 1918); condecorado com a Cruz de Guerra de 2.ª classe (O.C. n.º 273 de 5.10. 1918, art.6.º); e promovido por distinção ao posto de 1.º sargento (O.C. n.º 273 de 5.10. 1918, art. 7.º).
Terminada o conflito, continuou no exército, atingindo o posto de alferes em 1930 e o de tenente em 1933. Durante a Guerra de 1939-45, incorporado também em Infantaria 15, foi expedicionário a Cabo Verde (1941-1943). Passou à reserva em 1942 e à reforma em 1965.
Dedicou-se, então, à escrita: Carta aberta aos meus conterrâneos (Coimbra, 1958, policopiado); Roteiro Agreste (1955 e 1970, policopiado); Memórias particulares dum combatente da 1.ª Grande Guerra expedicionário a Cabo Verde na 2.ª (Porto, 1972-74, dactilografado, inédito) e Retalhos da Nossa História (Porto: Edição do autor, 1976).
Foi casado com Maria Gracinda Alcântara, com quem se consorciou em 8.10.1927, em Coimbra. O casal teve quatro filhos: Luís (1928-1986); Dina Maria (1930); Manuela (1932) e Maria Fernanda (1934).
Faleceu no Porto em 17 de abril de 1988.



Silvestre José Barreira (Tenente)

pic9Silvestre José Barreira, filho de Victorino José Barreira e de Maria Joaquina, nasceu em 13 de Janeiro de 1876, na freguesia de São João da Corveira, concelho de Valpaços. Ainda jovem, veio para Guimarães, frequentou a Escola Francisco de Holanda onde foi condiscípulo de José Luís de Pina, antigo reitor do Liceu de Guimarães, na aula de desenho. Em 1 de Janeiro de 1912, casou com Rosa Ferreira da Costa, natural desta cidade, filha de Francisco Ferreira da Costa e de Rosa Ferreira da Costa, proprietários da pensão de Santa Luzia, onde se instalou aquando da sua vinda para Guimarães. Em 25 de Setembro de 1914, foi promovido a sargento-ajudante e colocado no Regimento de infantaria nº 20, um ano depois, em 17 de novembro, ascendeu ao posto de alferes e, passado um mês, a tenente. Ingressou no 1º Corpo Expedicionário Português, na 2ª Divisão, da 4ª Brigada do Minho e partiu de lisboa rumo a Brest, na França no dia 23 de Maio de 1917. Em agosto de 1917, marchou para a frente de batalha perto de Bethune, em 11 de Outubro de 1917, foi transferido para a 2ª Companhia e nomearam-no 2º comandante. Regressou a Portugal, em 25 de Junho de 1918, depois de um período de convalescença. Em 17 de Fevereiro de 1923 foi promovido a capitão. Silvestre Barreira foi um dos oficiais do Regimento de Infantaria nº. 20 que se recusou a participar no 28 de Maio de 1926.